Ortotripsia | Terapia por Ondas de Choque

Ortotripsia

O que é ortotripsia?

A ortotripsia, conhecida também como a terapia por ondas de choque.

Ela é utilizada em diversas doenças ortopédicas, como tendinites e bursites de ombro, cotovelo, quadril, joelho, pé, tornozelo.

A  terapia por ondas de choque proporciona também bons resultados no tratamento de dores musculares na região da coluna vertebral (trigger points e síndrome dolorosa miofascial).

Este tratamento é aceito pelo Conselho Federal de Medicina, fazendo parte da tabela de procedimentos médicos CBHPM desde 2003. Além disso possui pareceres favoráveis de Conselhos Regionais de Medicina.

A Ortotripsia tem também tem aprovação para uso médico no FDA nos Estados Unidos e na CE da Comunidade Européia.

 

Para que serve a ortotripsia?

É um método praticamente indolor e não invasivo, através de ondas acústicas/mecânicas, que vem sendo utilizado com sucesso no meio médico.

Apresenta resultados satisfatórios em 75% a 80% dos casos, em pacientes que não obtiveram bons resultados com os métodos tradicionais existentes, como medicamentos (orais e/ou infiltrações), fisioterapias e acupuntura.

Assim, tem-se evitado uma série de cirurgias desde que se iniciou a utilização da terapia por ondas de choque. (1,2)

 

Por que a maioria dos pacientes costuma melhorar com os tratamentos habituais, porém muitos ficam com dor e limitação persistente?

Uma das explicações é a formação de tecido chamado fibrose nas lesões crônicas com alteração dos tecidos dos tendões e músculos.

Eles perdem a elasticidade e sofrem diminuição da circulação sanguínea local gerando dor persistente e espessamento do tendão. Assim,  deixando de ser somente uma inflamação (tendinite) passando para um estágio crônico degenerativo (tendinose).

 

Como funciona  a ortotripsia?

A ortotripsia (terapia por ondas de choque) utiliza a energia mecânica e não um choque elétrico, que penetra no tecido lesado e provoca um fenômeno chamado cavitação, onde microbolhas se rompem provocando microrroturas no tecido inflamado.

Essas microrroturas promovem a liberação de substâncias anti-inflamatórias locais e também estimulam um aumento na microcirculação local.

A Microcirculação local promove o aumento da vascularização dos tecidos doentes, ou seja, aumenta o fluxo de sangue e oxigênio dos tecidos, através da formação de novos vasos.

Este aumento de nutrição no local leva a uma progressiva cura natural do processo inflamatório-degenerativo por ação analgésica e antinflamatória dos tecidos doentes.

Esses fatores conferem alívio da dor e melhora da função do membro acometido.

Outra forma de ação é a microfragmentação dos depósitos de cálcio que ocorre nos casos de tendinite calcária, melhorando assim a dor e a função do membro. (1-6)

 

Como indicar a ortotripsia?

A indicação de terapia por ondas de choque deve ser estabelecida para pacientes avaliados do ponto de vista clínico e com apoio diagnóstico de exames de imagem: radiografia, ultrassom e/ou ressonância magnética. (2,6,7)

 

São necessárias quantas sessões de ortotripsia?

Geralmente, são necessárias 3 a 5 sessões de ortotripsia, que duram de 10 a 20 minutos cada, intervaladas entre 7 e 15 dias.

Vantagens desse método não-invasivo: as sessões são realizadas em consultório médico, não necessitam hospitalização, e o paciente pode retornar para casa ou para o trabalho logo após o término da sessão.

Os efeitos colaterais geralmente são mínimos e raros (quando existentes). Tais como: dor local, vermelhidão, aumento da sensibilidade da pele e pequenos hematomas, sem a necessidade de tratamento pois são auto-limitados e de resolução rápida e espontânea. (8,9,10)

 

Quais as Indicações da ortotripsia?

  1. Tendinites e bursites crônicas;
  2. Ombro doloroso/síndrome do impacto
  3. Tendinite calcária;
  4. Epicondilites medial e lateral do cotovelo;
  5. Fascite plantar (com ou sem esporão de calcâneo);
  6. Tendinites de joelho (ex: tendinite patelar e síndrome da banda ilio-tibial)
  7. Tendinite do tornozelo (ex: tendinite de Aquiles);
  8. Tendinites e bursites de quadril (ex: bursite trocantérica e tendinopatia de adutores);
  9. Trigger points
  10. Síndrome dolorosa miofascial (dores musculares);
  11. Pseudoartrose e retardo de consolidação de fraturas;
  12. Uso em medicina esportiva (lesões esportivas).

Obs.: o paciente precisa saber que a indicação do procedimento de ortotripsia (terapia de ondas de choque) deve ser feita por seu médico assistente.

O Dr Saulo Castro é Ortopedista em Brasília e possui um aparelho de ortotripsia importado do Reino Unido e faz o procedimento em sua clínica.

Ações da terapia de ondas de choque em algumas patologias

Ortotripsia para fascite plantar

A fascite plantar crônica é a patologia mais estudada no que diz respeito aos efeitos da ortotripsia (terapia por ondas de choque) por ser causa frequente de dor crônica de difícil tratamento e muito prevalente tanto em praticantes de atividade física quanto em sedentários.

A ortotripsia (terapia por ondas de choque) é aprovada pelo Food and Drug Admnistration (FDA) e pela Comunidade Européia com mais de 150 trabalhos publicados em pesquisa pela Pubmed.

Em trabalho apresentado no Congresso Brasileiro de Cirurgia do Pé, 2004, em Vitória, Kertzman e Eid observaram 72% de bons resultados nos primeiros 100 casos tratados com ortotripsia (terapia por ondas de choque).

No Congresso da Sociedade Internacional de Terapia por Ondas de Choque, em Orlando, 2004, foi apresentado trabalho sobre 154 casos tratados por terapia por ondas de choque em três centros brasileiros.

No Congresso da Sociedade Internacional de Terapia por Ondas de Choque de 2007, em Toronto, foram apresentados resultados similares utilizando três geradores de ondas de choque diferentes entre 2002 e 2006 com 300 pacientes tratados e índice médio de 75% de cura.

Ogden (2004) e Gerdsmeier (2006) publicaram resultados estatisticamente significantes em estudos duplo-cego randomizados no sucesso do tratamento da fascite plantar crônica ortotripsia (terapia por ondas de choque). (18,19)

Moretti (2006) relatou bons resultados no tratamento de atletas de corrida com fascite plantar (20).

Kudo publicou, em 2006, um trabalho nível 1, multicêntrico, nos Estados Unidos e Canadá confirmando a eficácia desta terapia.

Ainda em 2006, Wang apresentou resultados favoráveis com longo tempo de acompanhamento.

Rompe, Fúria, Weil e Maffulli publicaram, em 2007, uma meta-análise multicêntrica revisando toda a literatura sobre o tratamento da fascite plantar com ortotripsia (terapia por ondas de choque).

A análise incluiu 17 trabalhos randomizados e a maioria deles demonstrava a validade desta terapia quando há falha dos tratamentos convencionais. No entanto, a comparação entre os trabalhos não foi possível devido as muitas variáveis entre eles.

 

Ortotripsia para Tendinite de aquiles (ou tendinite do tendão calcâneo ou aquilodinia)

A tendinite do tendão de Aquiles pode ser classificada quanto à localização:

a) lesão na inserção do tendão no calcâneo, associada ou não à presença de osteófito posterior (doença de Hagdelug) e calcificação intratendinosa e,

b) tendinopatia não insercional com comprometimento do corpo do tendão um pouco acima do calcâneo.

Trata-se de patologia frequente tanto em esportistas como em indivíduos sedentários e de difícil e lenta recuperação.

A ortotripsia (terapia por ondas de choque) tem sido estudada para estes casos de tendinite de Aquiles e vários trabalhos científicos fazem comparação entre esta terapia e tratamentos habituais, placebo e exercícios excêntricos.

Rompe (2007) fez um estudo comparando exercícios excêntricos, ondas de choque e apenas observação e concluiu que, após quatro meses, os dois tratamentos tiveram equivalência em seus bons resultados. O grupo que apresentava tendinite de Aquiles e foi acompanhado somente com observação não apresentou melhora.

Rompe, Fúria e Maffulli (2008) compararam exercícios excêntricos isolados e associados à ortotripsia (terapia por ondas de choque) e concluíram que a associação das duas técnicas obteve melhores resultados. Estes autores realizaram também uma revisão dos tratamentos não cirúrgicos e cirúrgicos da tendinite do tendão de Aquiles (calcâneo) sem, no entanto, concluir qual a melhor opção de tratamento.

Fridman (2008) demonstrou bons resultados em um trabalho prospectivo multicêntrico nos Estados Unidos.

Vulpiani (2009) relatou bons resultados a longo prazo com a ortotripsia (terapia por ondas de choque) na tendinite do tendão de Aquiles (calcâneo).

 

Ortotripsia para Tendinite patelar

A tendinite patelar é uma patologia muito prevalente em atletas de salto e de corrida. Ela está associada a desequilíbrios musculares, excesso de saltos e, eventualmente, alterações no polo inferior da patela com ou sem ossificação local.

Os trabalhos de revisão de literatura sobre o assunto têm evidenciado bons resultados com ortotripsia para a tendinite patelar. Vulpiani e Trischitta (2007) relataram bons resultados em estudo de longo prazo na tendinite patelar.

Leuwen e Zwervwer (2009) realizaram uma meta-análise em que encontraram sete trabalhos científicos sobre tendinite patelar tratada com ortotripsia (terapia por ondas de choque). Eles concluíram que, apesar de diferentes metodologias, os resultados são promissores quando há falha dos tratamentos habituais (30).

 

Ortotripsia para Bursite trocanteriana

A indicação de ortotripsia (terapia por ondas de choque) para bursite trocanteriana está em fase avançada de estudos. No entanto a prática clínica tem demonstrado resultados satisfatórios na maioria das vezes.

Fúria publicou (2009) resultados satisfatórios da ortotripsia para bursite trocanteriana quando comparada aos tratamentos habituais.

 

Ortotripsia para Epicondilite lateral do cotovelo

A epicondilite lateral do cotovelo é uma patologia muito comum entre atletas. Ela é observada principalmente os praticantes de tênis, academia de ginástica e ciclistas.

Seu tratamento e recuperação são difíceis, exigindo muita atenção do paciente, médico e fisioterapeutas.

Melikyan publicou, em 2003, trabalho randomizado e duplo cego onde conclui que a ortotripsia  é uma boa opção.

Kertzman e Eid apresentaram trabalho no Congresso Brasileiro de Ombro, em Goiânia, em 2006, com 76% de bons resultados em 40 casos tratados.

Rompe e Maffulli (2007) analisaram trabalhos publicados sobre tratamento de epicondilite por ortotripsia (terapia por ondas de choque) comparando com placebo ou grupo-controle. Concluíram que os trabalhos são muito distintos, mas a maioria deles sugere resultados satisfatórios quanto ao uso da ortotripsia (terapia por ondas de choque) na falha de tratamentos habituais.

 

Ortotripsia para Tendinite calcária do ombro

A tendinite calcária do ombro foi uma das primeiras patologias tratadas por aplicações da ortotripsia.

No início acreditava-se que a melhora observada se devia ao efeito mecânico de fragmentação das calcificações. Atualmente, sabe-se que o que ocorre é a melhora importante da dor e da amplitude de movimentos e, com o passar de cerca de três meses, há reabsorção dos depósitos calcários.

Kertzman e Eid apresentaram nos Congressos de Ombro, de 2002 em Salvador, 2004 em Maceió, 2006 em Goiânia e 2006 em Viena, bons resultados e reabsorção dos depósitos calcários.

Harniman publicou uma revisão sistemática, em 2004, e concluiu que há moderada evidência de efetividade no tratamento por ortotripsia (terapia por ondas de choque) para tendinites calcificadas do ombro.

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Referências Bibliográficas:

  1. Rees JD, Maffulli N, Cook J. Management of tendinopathy. Am J Sports Med. 2009 37:1855-1867.
  2. Gerdsmeyer L, Weil LS. Extracorporeal shockwave therapy: technologies, basics, clinical results. Towson: Data Trace Publishing Company 2007. ISBN-13:978-1-57400-115-0.
  3. Wang CJ. Shockwave therapy enhanced neovascularization at at the tendon-bone junction: an experiment in dogs. J. Foot Ankle Surg. 2002 41:16-22.
  4. Wang CJ. Superoxide mediates shockwave induction of RRK-dependent osteogenic transcription factor (CBFA 1) and mesenchymal cells differentiation toward osteoprogenitors. J. Biol Chem. 2002 277:10931-7.
  5. Wang CJ. Shokwave induces neovascularization at the tendon-bone junction: a study in rabbits. J. Orthop Res. 2003 21:984-989.
  6. Sems A, Dimeff R, PIannotti J. Extracorporeal shock wave therapy in the treatment of chronic tendinopathies. J. Am. Acad. Ortho.Surg. 2006 14:195-204.
  7. Seil R. Extracorporeal shock wave therapy for tendinopathies.Rev Med Devices. 2006 3(4):463-70.
  8. Haake M, Boddeker IR, Decker T, Buch M, Vogel M, Labek G, et al. Side-effects of extracorporeal shock wave therapy in the treatment of tennis elbow. Arch Orthop Trauma Surg. 2002 122(4):222-8.
  9. Kertzman P, Eid J. Anais do Congresso Brasileiro de Pé e Tornozelo, Vitória, 2004.
  10. Kertzman P, Eid J. Anais do Congresso da Sociedade Internacional de Terapia por Ondas de Choque (ISMST), Toronto 2007.

Crédito especial ao trabalho Terapia por ondas de choque – uma nova opção para o tratamento de tendinopatias crônicas. Publicado na RBM Fev 11 V 68 Especial Ortopedia, por Paulo F. Kertzman e Aires Duarte Jr.

Dr Saulo Castro foi o idealizador do 1º Workshop Teórico-Prático de ortotripsia (terapia por ondas de choque) ocorrido em Brasília no ano de 2017. O evento reuniu diversos Ortopedistas de Brasília, além de acadêmicos.

Se você procura Ortopedista em Brasília para realizar a Ortotripsia, entre em contato com o Dr. Saulo Castro.

Ele possui um aparelho de ortotripsia importado do Reino Unido e faz o procedimento em sua clínica Ortholife em Brasília.

 

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